quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Aldinha

Na semana passada, eu não estava legal. Na semana passada, houve uma briga grande, muito grande, astronomicamente grande, enorme, por assim dizer. Daquelas que chegam se infiltrando por debaixo da porta, vão subindo pelas nossas pernas, e entram nos nossos corações. Aquelas brigas que vão subindo pelo nosso corpo, nos envolvendo o peito, a alma, fechando nossos olhos e causando uma dor imensa. Uma briga viscosa, pegajosa, grudenta.
O motivo? Sonhos.
Já faz tempo que minha avó se foi, e faz mais tempo ainda que ela me disse uma coisa que eu jamais vou esquecer. Que vou dizer pros meus filhos e netos, e que vai comigo pra debaixo da terra. Minha avó me disse assim:

"Minha filha, todo mundo precisa ter sonhos e planos. Porque se nós vivermos apenas de realidade e de passado, nos prendemos a ela de um tanto que, quando o futuro chega, nós nem sabemos que ele chegou. Quem não sonha não tem pelo que esperar. Quem não sonha é mais triste. Existem pessoas que se tornam mais alegres ao imaginar possibilidades, e as vezes, mesmo que essas possibilidades não se concretizem, só a imaginação delas já alegrou, um dia, o rosto destas pessoas. Sonhe sempre, sonhe alto, e o mais importante: lute pra que esses sonhos se realizem. Sonhar com coisas que você já sabe que são impossíveis, não vão levá-la a qualquer lugar senão a decepção e a tristeza. Mas se você se empenhar num sonho que é possível e só depende de você, você vai realizar ele. Quer coisa melhor que isso?"

Essa lembrança da minha vózinha ficava martelando na minha cabeça. Eu não sabia o por quê. Não sabia se lembrava disso pra ficar mais triste e chateada, e deixar aquele visco negro me envolver inteira, de raiva e confusão, ou se pra dizer: Sonhe sempre, sonhe alto, e o mais importante: lute pra que esses sonhos se realizem.
E o melhor da briga é quando a gente dá uma de Hulk, faz força e explode aquele visco todo de volta da gente.

Não, vó, eu não vou desistir nunca. Obrigada. :)

Um comentário:

Sr. D disse...

Isso por um acaso foi uma alfinetada? >|