Aqui da minha janela no trabalho eu vejo os aviões que descem pra Congonhas, por entre os prédios. Varig, Gol, TAM, Pantanal... Eles voam tão baixo já, que o trem de pouso e o nome da companhia gravados no "rabinho" do avião estão tão nítidos quanto a impressão de que falta pouco pra baterem em algum prédio.
Adoro aviões, aeroportos e tudo o que isso envolve. Claro que o fato de que estar em um aeroporto implica em uma viagem próxima, o que é muito bom, mas sempre tem a volta, que é triste sempre - mas que de uma forma ou outra, também gosto. A parte que mais gosto do vôo é como o avião sobe, atravessa as nuvens e voa bem debaixo da lua e das estrelas ou do sol brilhando no céu azul. Não importa o tempo que esteja lá embaixo - frio, chuva, neblina ou poluição, no caso de São Paulo.
Neste fim de semana, estive em Porto Alegre. Adoro sobrevoar o Guaíba e ir descendo, cruzando as avenidas principais, passar pelo Laçador e pousar no aeroporto. Engraçado como já sei de que lado o avião está vindo, ainda enquanto no céu. Ou ele vem pelo rio, ou por cima da cidade. É fácil saber a direção do pouso e reconhecer de que lado da cidade estamos. Coisa que não acontece em São Paulo. E nem estou falando de vôos noturnos, hein? Lá no Sul mesmo de noite é fácil se localizar, mas vamos dar uma trégua pra São Paulo. Aqui eu nunca sei de que lado estamos. Olhando pela janelinha, só vejo milhões de prédios e casas, avenidas, e não consigo identificar nenhuma. Olhando pela janelinha, ao invés de ultrapassar uma camada de nuvens ou neblina, o avião ultrapassa uma camadona de poluição e é nítida a mudança de cor do ar quando estamos descendo. Olhando da janelinha, vê-se uma fila enorme de aviões esperando pra decolar e descobre-se o motivo dos atrasos.
Da janelinha fico esperando o tempo passar bem rápido e fico pensando: vem, 2010.