terça-feira, 9 de setembro de 2008

Muri Air

Aqui da minha janela no trabalho eu vejo os aviões que descem pra Congonhas, por entre os prédios. Varig, Gol, TAM, Pantanal... Eles voam tão baixo já, que o trem de pouso e o nome da companhia gravados no "rabinho" do avião estão tão nítidos quanto a impressão de que falta pouco pra baterem em algum prédio.

 Adoro aviões, aeroportos e tudo o que isso envolve. Claro que o fato de que estar em um aeroporto implica em uma viagem próxima, o que é muito bom, mas sempre tem a volta, que é triste sempre - mas que de uma forma ou outra, também gosto. A parte que mais gosto do vôo é como o avião sobe, atravessa as nuvens e voa bem debaixo da lua e das estrelas ou do sol brilhando no céu azul. Não importa o tempo que esteja lá embaixo - frio, chuva, neblina ou poluição, no caso de São Paulo.
 Neste fim de semana, estive em Porto Alegre. Adoro sobrevoar o Guaíba e ir descendo, cruzando as avenidas principais, passar pelo Laçador e pousar no aeroporto. Engraçado como já sei de que lado o avião está vindo, ainda enquanto no céu. Ou ele vem pelo rio, ou por cima da cidade. É fácil saber a direção do pouso e reconhecer de que lado da cidade estamos. Coisa que não acontece em São Paulo. E nem estou falando de vôos noturnos, hein? Lá no Sul mesmo de noite é fácil se localizar, mas vamos dar uma trégua pra São Paulo. Aqui eu nunca sei de que lado estamos. Olhando pela janelinha, só vejo milhões de prédios e casas, avenidas, e não consigo identificar nenhuma. Olhando pela janelinha, ao invés de ultrapassar uma camada de nuvens ou neblina, o avião ultrapassa uma camadona de poluição e é nítida a mudança de cor do ar quando estamos descendo. Olhando da janelinha, vê-se uma fila enorme de aviões esperando pra decolar e descobre-se o motivo dos atrasos.
 Da janelinha fico esperando o tempo passar bem rápido e fico pensando: vem, 2010.