segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Pluviômetro

Não é que eu não goste de chuva. Muitíssimo pelo contrário. Eu AMO chuva.


Adoro aquele tempinho bem fresco, úmido, gotas nas plantas, guarda-chuva. Adoro o cheiro de grama que fica nos parques e jardins, terra molhada. Adoro viajar com aquele chuvisco calmante, dia cinza gostoso, música tocando com o namorado do lado. Adoro cochilar com a janela aberta quando o dia está assim. Cobrir metade do corpo, sentindo o ventinho fresco e molhado vindo do tempo chacoalhar o cabelo. Adoro o som do ventinho fresco e molhado. Adoro tempestades com o DVD passando um filme de terror assustador, debaixo do edredom com a Tequila, ou agarrando o braço dele.

Eu AMO chuva! Eu amo quando, depois de 6 dias de sol escaldante e pele queimada e ardendo, a praia amanhece chuvosa, e saímos pra passear na areia molhada, de camiseta por cima do biquíni. Cada gota é um sinal de alívio gostoso.
Eu amo chuva! Adoro deitar no sofá cheio de travesseiros e ler Harry Potter ou Stephen King ao som da água caindo lá fora. A-do-ro!
Mas veja bem. Tudo tem seu limite, certo? E eu admito chuva aos finais de semana, e admito chuva nas férias e no último dia de praia. Eu adoro chuva pra dormir, e pra descansar.

Mas chuva em plena segunda-feira de trabalho, em São Paulo, eu não amo não. Tenho asco. O cabelo fica nojento, o pé molhado, o trânsito caótico. Os rios cheios de caca transbordam e os túneis viram toboáguas. As favelas desmoronam, as pessoas perdem suas casas e cachorrinhos nadam com ratos saindo de esgotos vindos de bueiros entopidos por essa gente porca. Portanto, por mim, que chova durante meus finais de semana sonolentos ou de PGE, e que chova enquanto eu durmo, mas que seque antes de eu sair de casa.
Porque São Paulo é terra do demo, e o demo não gosta da água do Papai do Céu e transforma ela em caos.

E pode me chamar de egoísta se quiser.

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