sábado, 28 de julho de 2007

Gorda baleia saco de areia

Quando eu era pequenininha (bem pequena mesmo) minha mãe me dava vitaminas pra eu engordar. Eu era uma ratinha de cabelo lambido, e como todos os pais metade italianos metade portugueses, eles entuchavam papá pra Mumu ficar gordinha. O problema é que deu certo. Quando eu tinha 3 anos e minha irmãzinha nasceu, eu já era um torete que só tinha pança, franja e tênis, praticamente um abajur. Um abajur que pegou um gosto danado por chocolate, bolacha, salgadinhos e refrigerantes. Daí a minha mãe, como toda mãe preocupada com a saúde de seus bichinhos, me colocou na natação. Depois no balé, depois na natação de novo, depois no judô, no vôlei, no aero-jazz (até hoje me pergunto que diacho era aquilo), e finalmente, numa academia. Quando eu entrei na academia, aos 12, eu emagreci, tomei gosto pela coisa e tudo, e tal. Mas até lá, eu lembro rindo dos micos que a gordinha aqui pagava.

Primeiro: eu sempre era a mulher do padre nas festas juninas. Que ódio! Sempre, sempre, sempre eu era a mulher do padre! E, claro, o padre era o barrigudinho da turma. Raiva.

Segundo: ninguém NUNCA me escolhia na educação física. Não senhor, eu era o que sobrava, e o time azarado tinha que me engolir. Urgh.

Terceiro: sabe aquela menina da sala de aula que TODOS os garotos são apaixonados? Aquela que eles mandam bilhetinhos e pedem em namoro pra mãe? Então, eu não era essa menina. Mas eu era a melhor amiga dela! Rá, e não pensem que a 'rapa' sobrava pra mim. Não sobrava nada pra Mumu.

Quarto: como toda boa gordinha eu era nerd. Aquela que adora estudar pra prova de História, é amiga das professoras e sempre é convidada pra 'ler lá na frente'. Aquela Prom Queen da sala que era minha amiga, aliás, vivia pedindo cola. E eu dava.

Quinto: minha mãe zoava meu cabelo. Claro, como toda boa mãe. Me fazia umas franjas - toldo - de - quitanda, e secava minha juba já não tão mais lambidinha com secador, deixando tudo com uma aparência meio cônica. Minha mãe também zoava minha roupa. Eu lembro da 5ª série, que eu ia pra escola com umas bermudas jeans que iam do estômago ao joelho, com meias e tênis com biqueira. Descoladas, claro. Sem deixar por menos a monocelha em cima dos olhos. Um hor-ror.

Sexto: não bastando tudo, eu ainda por cima usava aparelho. Mas não, não podia ser apenas aparelho, tinha que ser freio-de-burro, aquele externo que amarra atrás do pescoço. E sim, eu ia com aquilo pra escola.

Sétimo: eu tinha uma bicicletinha laranja de cano alto que ganhei aos 6 anos e usei até os 10. Um dia eu tava passando de bicicletinha na frente da casa de uns moleques e eles zoaram ela. Foi quando saquei que ela estava, sim, muito pequena pra mim.

Oitavo: o primeiro beijinho que dei num menino na vida, foi num barrigudinho que, por sinal, sempre era um dos padres aqueles do item 1.

Nono: precisa de mais exemplos?!

Graças a Deus, depois dessa infância e pré-adolescência traumática eu emagreci e tive uma adolescência cheia de festinhas e meninos. Mas quando entrei na faculdade, a gordinha que existia dentro de mim resolveu sair, hehehe... E saiu.
Hoje eu tava olhando umas fotos de uns 3 anos atrás e eu estava tão magrinha... ui, que dor. Resolvi fazer uma dieta séria e aprisionar a gordinha de novo, ou pelo menos tentar. A bichinha tem força!!!

Mas sabe? Ela é tão divertida, bem humorada e sarcástica que eu fico até com pena.

2 comentários:

Sr. D disse...

Primeiro - Se quando tu era gordinha tu só pegava os gordinhos padres de festa junina, há 3 anos tu não tava comigo, o que sobra pra mim? Preciso ser padre?

Segundo - Adicionei teu blog no StumbleUpon

Terceiro - Dá uma chacoalhada no RSS aí que continua sem funcionar

Anônimo disse...

Ahhh, nada como um self-reflecting post pra expurgar... nem sei se teve esse motivo, mas a palavra me veio a cabeça, então, pronto!
E esse post me fez lembrar do nosso TV show preferido, porque... que post mais Monica Geller foi esse? :P
Besos!
Irene