terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Abril? Mas é DEZEMBRO!

Quando eu era pequenininha eu vinha pra São Paulo, e passava na frente da gráfica da Editora Abril, na marginal Tietê. Não sei se na época o Civita ainda era vivo, mas sei que as revistinhas da turma da Mônica todas tinham aquela árvorezinha verde no canto da capa.
Eu imaginava que lá dentro existiam pessoas muito legais e todas muito amigas, sentadas em salas arejadas e cheias de doces e brinquedos, desenhando quadrinhos em mesas-prancha com lápis de cor, canetinhas e pincéis. E eu morria de vontade de trabalhar lá dentro junto com o Maurício de Souza, que nas historinhas era o pai da Mônica, afinal quem poderia conhecer mais a Mônica que eu?

Quando em março de 2006 eu passei no processo de estágio da Abril Digital, percebi que tudo era diferente. A revistinha da Mônica não era mais da Abril, o prédio era em outra marginal e ao invés de histórias eu fabricava relatórios.

Agora abriremos aqui um parênteses: relatórios? Eu, que sempre fui tão criativa, sempre gostei de pensar, de inovar, de arrumar saídas. Eu, fazendo relatórios? Eu, pegando números de um lugar e copiando em outro? Isso mesmo. Mas não só isso, eu também atendia telefonemas e e-mails de tias da classe C (nada contra as tias da classe C) que não sabiam cancelar serviços SMS que eu, convenhamos, acho uma bobagem.
E eu passei quase 2 anos fazendo relatórios e serviços de telemarketing, minha gente. Eu, que queria trabalhar com o Maurício de Souza! 2 anos arrumando legendas de gráficos e sendo cobrada de por que é que a audiência da Nova Escola não tava lá.
Peraí, Nova Escola? EU TÔ AQUI POR CAUSA DA MÔNICA, MINHA GENTE!!! E ainda me acham desmotivada... Bem, com razão. Enquanto engavetava minhas idéias e estudava coisas que eu não gostava, eu me mostrei de muito bode. E as pessoas perceberam.

Acontece. Ano novo, vida nova! Quem sabe da próxima vez eu me encaixe numa empresa que me olhe e fale: meu, você é muito legal. E a gente quer que você faça isso ó!, e eu goste muito.
Por enquanto fica meu alívio, meu planejamento pras férias e o pensamento: será que foi culpa minha me deixar abater por más línguas e vontades?
Bem, se foi, Abril, me perdoe. Porque eu nunca vou te perdoar por não ser aquela sala legal, com plantas e pessoas sorrindo, onde todos se gostam e eu poderia respirar ar puro e ter minhas idéias coloridas.


2 comentários:

Anônimo disse...

É pequena... se você não estava mais feliz com seu trabalho... foda-se ele... o importante é não ser comodista e achar que "do jeito que está, tá bom." Mude de emprego, mude de vida, é o que eu digo. Vai conseguir algo bem melhor do que a Abril. Beijos!

Anônimo disse...

Meu medo não é que tu fique sem emprego. Tu não gostava mesmo, vai ficar só na memória, daqui a alguns anos tu vai tentar lembrar o nome das pessoas e nem vai lembrar.

Meu medo é de tu ir pra SC passar férias e resolver ficar por lá. Potencial tu tem, eu sei.